segunda-feira, 26 de maio de 2014

Coopa roca (emprendedorismo social)

          O empreendedor social é a pessoa que gera projetos para melhorar a vida das comunidades de baixa renda. Este é um setor que está cada vez mais popular no mundo da moda. A Coopa Roca é um dos movimentos sociais mais antigo e conhecido do país. 
          No início dos anos 80, Maria Tereza Leal, então estudante de sociologia  e professora de artes, iniciou um projeto de reciclagem de lixo com as crianças na favela  da Rocinha: elas aproveitavam latas, caixas de papelão, garrafas plásticas, para criar brinquedos. Um dia, uma tecelagem mandou um saco cheio de amostras de retalhos  para o trabalho de reciclagem. As mulheres, mães das crianças, pediram os retalhos. Eram pedaços grandes, de bons tecidos, que poderiam ser emendados e utilizados para fazer colchas, roupas e almofadas. O material foi dividido por um grupo de mulheres, formando a partir daí uma cooperativa de costura, que em 1987 foi legalizada como Coopa-Roca: Cooperativa de Trabalho Artesanal e de Costura da Rocinha, visando gerar condições para que as cooperadas trabalhassem em suas casas e continuassem a cuidar dos filhos, aumentando também o orçamento familiar.
          - " A Rocinha tem um potencial incrível de mão-de-obra para o artesanato fino e bem acabado, e é isso que está sendo aproveitado", revela Maria Tereza. Capitalizar os talentos, transformar em produtos e escoar a produção foi um longo caminho de paciência e aprendizagem .
            - " No início foi muito difícil, porque elas não tinham um lugar certo para vender. Aguardavam algum evento: feirinha de festa junina, bazar de Natal ou comemoração, o que nem sempre resultava em boas vendas.
            As exposições foram a saída para esse impasse. A primeira, chamada " Retalho: Feminino Plural" , e aconteceu no Instituto Nacional do Folclore - no Catete (RJ). 
            - " Foi muito importante mostrar o trabalho dentro de uma instituição que estuda a cultura popular. Pudemos olhar, refletir e explicar todo o processo que se iniciou pelo fazer.  A partir daí, tivemos o reconhecimento intelectual do movimento, o que deu a identidade que precisávamos. Ganhamos mídia, as pessoas queriam saber sobre o trabalho e colaborar com ele. Ao mesmo tempo as costureiras sentiram orgulho do seu trabalho e ficaram felizes, pois vendíamos bem nessas exposições.  Ficamos mais conhecidos e surgiram amigos da Coopa - Roca  que foram colaborando e nos abrindo as portas, " lembra Maria Tereza. 
            O primeiro desfile foi outro passo importante e definitivo para a consolidação e expansão do trabalho. Aconteceu em 1994, quando os eventos de moda começavam a despontar. Por obra do destino foram desfilar na Fundição Progresso, Lapa,  com a garra e a coragem de quem acredita no que faz. Foi um sucesso, e conseguiram pagar todas as despesas. No dia seguinte, as editoras da Elle e Vogue estavam entrevistando Maria Tereza. Desde então  o trabalho da Coopa-Roca ganhou o mundo. Trabalhar com os estilistas qualificou o produto artesanal ao requinte de peças para a alta-costura.


Peças da Coopa-Roca:



 Blazer utilizando a técnica do Patwork




 Vestido de festa todo confeccionado em fuxicos!







Vestido confeccionado através da reciclagem de garrafas pet

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